domingo, 9 de janeiro de 2011

O que eu sinto, afinal?

Estava conversando com a minha família hoje quando chegamos ao ponto das diferenças entre viver no Brasil e nos EUA. Eu comecei a refletir sobre qual é o meu sentimento em relação a todo esse processo até agora. Percebi o quanto a nossa opinião muda ao longo do intercâmbio. No início (eu arriscaria dizer "no primeiro mês") você se apega em como as coisas não são. Absolutamente TUDO no Brasil é melhor: da comida até a cueca que você veste. A vontade que se tem é entrar no primeiro avião de volta ao país, sem pensar duas vezes. Infelizemente algumas pessoas fazem isso e acabam retornando - acredite, isso é muito comum -, mas eu não acredito que essa seja a melhor solução. Isso, entretanto, é assunto para outro post. Como eu dizia, por vezes você chega a esquecer todos os - muitos, diga-se de passagem - pontos negativos do Brasil e se apega somente aos positivos. Quando você conversa com os nativos, apenas exalta ao seu país. Tudo isso sem mencionar que a língua, por mais que você tenha estudado por anos a fio antes de vir pra cá, continua sendo um desafio. Existem palavras que você simplesmente não sabe como dizer em inglês ou, mais difícil ainda, você não conhece todas as expressões e gírias usadas pelos americanos, o que pode ser um problema pra quem anda com gente jovem, como é o meu caso. Mas tudo isso passa, acreditem.
Passada a barreira do primeiro mês, você já está devidamente acostumado e habituado com o seu estilo de vida por aqui. Você deixa de pensar em como as coisas não são, quando comparadas ao Brasil, e passa a pensar em como as coisas são por aqui. Ou seja, você passa a valorizar o que aqui é melhor que em terras tupiniquins. Eu, por exemplo, conversando hoje com meu pai, comentei o quanto o dinheiro vale mais nos EUA. Se você der US$ 500 a alguém e R$ 500 a outra pessoa, estando uma nos EUA e outra no Brasil, certamente a que está nos EUA conseguirá comprar muito mais coisas. Ressaltei, também, o quanto as leis são respeitadas aqui, o quanto eu gosto de ver os carros parando - independente de faixa de segurança - para os pedestres atravessarem a rua, a ausência de portas detectoras de metais ou vidros blindados nos bancos, enfim, uma série de fatores que me fizeram, ainda que involuntariamente, pensar no que eu quero para a minha vida no futuro. Em outras palavras: não estou seguro daquilo que quero fazer. Há vezes em que não consigo me imaginar aqui a vida inteira, e também há vezes em que não me imagino voltando ao Brasil. Há coisas em que só o tempo resolve para nós...

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